Kaline Coelho Dantas Morais
Kaline Coelho Dantas Morais Elias Kelvin Severiano de Araújo; Larissa Jamile Paiva Campos; Maria Eduarda Laurentino de Souza; July Mirella Xavier Cruz; Larissa Queiroz de Lira; Karla Danielly da Silva Ribeiro Rodrigues
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
A seletividade alimentar (SA) é caracterizada por uma tríade de comportamentos: pouco apetite, recusa alimentar e desinteresse pelo alimento, além de aversões sensoriais a sabores, texturas ou cores. Tal combinação limita a variedade de alimentos consumidos e gera resistência à introdução de novos alimentos (Rocha et al., 2019). Essa condição é mais prevalente em crianças com transtornos do neurodesenvolvimento, especialmente no Transtorno do Espectro Autista (TEA), sendo uma queixa comum entre cuidadores. A SA impacta negativamente o estado nutricional da criança, devido à ingestão inadequada de macro e micronutrientes essenciais ao bom funcionamento do organismo (Compañ-Gabucio; Torres-Collado; García, 2024), além de interferir na rotina familiar e na qualidade de vida. Estratégias de educação em saúde voltadas à criança e aos cuidadores são fundamentais para o manejo adequado da SA (Blennerhassett; Richards; Clayton, 2023).
Relatar a experiência de uma ação de educação em saúde voltada para o manejo da seletividade alimentar, realizada em ambiente ambulatorial com cuidadores de crianças atendidas em um Centro Estadual de Reabilitação e Atenção Ambulatorial Especializada (CERAE), localizado em Natal/RN.
As atividades foram realizadas durante o tempo de espera para os atendimentos, por meio de duas dinâmicas: a “Dinâmica do guarda-chuva”, em que perguntas sobre SA eram sorteadas pelos cuidadores e coladas em um guarda-chuva colorido, com mediação de nutricionista do local e discentes da UFRN (projeto AMINUTRI); e a “Dinâmica de mitos e verdades”, com afirmativas sobre o tema que foram discutidas com base em evidências. Foram distribuídos folders explicativos ao final.
As mães e cuidadoras participaram ativamente, demonstrando interesse, engajamento e troca de vivências. As dinâmicas permitiram esclarecer dúvidas sobre punições, rigidez alimentar, texturas e preferências sensoriais. A abordagem lúdica favoreceu o vínculo entre a equipe técnica e as famílias. A EAN é uma estratégia essencial para a promoção da saúde e prevenção de problemas como neofobia alimentar, obesidade infantil e deficiências nutricionais (Brasil, 2012; Piay; Cardozo, 2025).
A utilização de dinâmicas educativas em sala de espera mostrou-se eficaz no manejo da SA, podendo ser incorporada pela equipe multiprofissional às rotinas da atenção primária e secundária no Sistema Único de Saúde, promovendo cuidado integral e empoderamento dos cuidadores.
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