Ana Carolina Oliveira Araujo-1
Brenda Lauanny de Araújo Dantas1, Juraci Félix Cavalcante Neto1, Larissa Sousa Brito1, Letícia Santos de Araújo Feitosa1, Sabrina Ferreira de Medeiros1, Yasmin Diniz Chaves de Alencar Lins1, Luciana Karla Viana Barroso2
1 Acadêmicos do Centro Universitário Unifacisa. 2 Doutora em Neurociências pela USP, Prof° do Centro Universitário Unifacisa.
O uso de telas tem se intensificado no cotidiano das crianças atualmente, devido à facilidade de acesso e à popularização desses dispositivos. No entanto, a exposição exacerbada vem sendo associada a prejuízos no desenvolvimento cognitivo.
Compreender os impactos neurológicos do uso excessivo de telas na primeira infância.
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, cujos dados da pesquisa foram selecionados na base de dados PubMed, Google Scholar e Scielo. Para a busca foram utilizados os descritores: “Digital Media”, “Television”, “Cognitive Development”, “Executive Function”, “Child Development”, “Child Preschool”. Após as pesquisas, foram encontrados 133 artigos, porém utilizou-se apenas 23, tendo como critérios de inclusão: pesquisas qualitativas e quantitativas, artigos publicados nos últimos 5 anos, estudos com crianças de 0 a 6 anos, publicações em inglês e português, e, como critérios de exclusão, não foram aceitos estudos com crianças maiores de 6 anos, trabalhos sem acesso ao texto completo e artigos publicados fora do período estabelecido.
A análise dos 23 estudos demonstrou que o uso excessivo de telas na primeira infância está associado a alterações no desenvolvimento neurológico infantil. Os achados sugerem que a exposição prolongada a mídias está relacionada a prejuízos na substância branca cerebral, principalmente em área do controle executivo. Essas alterações estruturais comprometem funções como vocabulário expressivo e atenção. Estudos com neuroimagem demonstraram que crianças expostas excessivamente a telas apresentam menor mielinização dos tratos nervosos, refletindo em desempenhos inferiores em testes de linguagem. Além disso, os artigos analisados destacam alterações na funcionalidade das redes cerebrais, especialmente, naquelas responsáveis pelo controle cognitivo, processamento emocional e recompensa, pois o excesso de estímulos ocasiona uma dependência do processamento sensorial de base (bottom-up), prejudicando o desenvolvimento do controle inibitório e flexibilidade cognitiva. A consequência disso é um aumento de sintomas como dificuldades de atenção, impulsividade e autorregulação emocional deficiente.
O uso excessivo de telas na primeira infância é um fator de risco para o desenvolvimento neurológico infantil, visto que acarreta em alterações estruturais na substância branca e na integridade dos tratos nervosos. Portanto, é fundamental promover um uso equilibrado das telas para favorecer um desenvolvimento infantil saudável.
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