Leila Tattiana Dantas Nunes
Jonatan Gabriel Medeiros Palmeira, Kiara Welison Pinto, João Victor Protásio Pessoa, Júlia Dias Costa, Thalita Mayara Xavier de Oliveira, Edlene Melo Reis do Nascimento.
UnP
A púrpura de Henoch-Schönlein (PHS), atualmente denominada vasculite por IgA, é a vasculite sistêmica mais comum na infância, caracterizada pelo depósito de imunoglobulina A em pequenos vasos. A tríade clássica envolve púrpura palpável, dor abdominal e artrite/artralgia, podendo também ocorrer envolvimento renal.
Relatar um caso clínico de vasculite por IgA em adolescente com dor abdominal persistente e quadro dermatológico sugestivo.
Estudo baseado em dados clínicos e laboratoriais de paciente atendido no ambulatório de pediatria, com coleta de informações por meio de revisão de prontuário.
Paciente masculino, 13 anos, sem antecedentes patológicos relevantes, procurou atendimento com queixa de dor abdominal recorrente de início em 24/07/2024. Evoluiu com episódios de internação por dor abdominal intensa, refratária ao uso de antiespasmódicos e analgésicos comuns. Durante as crises, fez uso de diversos medicamentos, incluindo pantoprazol, buscopan, vonau, dipirona, metronidazol, prednisona, albendazol e tenoxicam. A dor abdominal referida em mesogástrio e os quadrantes inferiores. Evolutivamente, passou a apresentar lesões purpúricas palpáveis e escoriações em membros inferiores. Foram solicitados exames laboratoriais e de imagem com os seguintes resultados relevantes: IgA total: 284,7 mg/dL, Anti-transglutaminase IgA: 0,2 U/mL, IgE específica para glúten: <0,10 kU/L, Proteinúria de 24h: 69 mg/24h, Amilase e lipase: aumentadas em fases distintas, Hemograma e enzimas hepáticas: dentro dos padrões de referência, Pesquisa de toxinas de Clostridium difficile: negativa. EDA: Duodenite crônica agudizada sem atrofia vilositária e gastrite crônica leve sem H. pylori. Conclusão: biópsia duodenal incompatível com doença celíaca clássica, segundo os critérios de Marsh. TC de abdome e pelve (15/08/2024): Espessamento de alças jejunais e edema da raiz mesentérica, sugestivos de enteropatia inflamatória. A conduta inicial orientou dieta isenta de glúten empiricamente, associado ao uso de esomeprazol, sucralfato e prednisolona sistêmica. O paciente apresentou evolução favorável, com regressão da dor abdominal e desaparecimento completo das lesões purpúricas após o início da corticoterapia.
O diagnóstico de vasculite por IgA foi estabelecido com base em púrpura palpável, dor abdominal e achados de imagem sugestivos de enteropatia inflamatória. O tratamento com corticosteroides foi eficaz, com regressão das manifestações cutâneas e gastrointestinais. O caso evidencia a importância da avaliação clínica integrada e do seguimento com reumatopediatria para prevenção de complicações em pacientes pediátricos.
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