Alana Gabriela Avelino Fernandes
Ana Márcia Barreto de Carvalho, Luísa Melo de Medeiros Bezerra, Maíra Ívze Bezerra Alves, Bianca Cuono Pereira, Valentina de Castilhos, Ingrid Letícia Torres Fabrício, Maria Jacqueline Nogueira de Souza
Universidade Potiguar
A hesitação vacinal é o atraso na aceitação ou a recusa, mesmo quando os serviços de vacinação estão disponíveis. É um fato complexo, pautado em preocupações com eventos adversos, desinformações, crenças pessoais, questões culturais, religiosas ou políticas. Na pediatria torna-se mais delicado quando os responsáveis recusam imunizantes para crianças, tornando-as mais suscetíveis a doenças imunopreviníveis. Diante disso, em 2015, as coberturas vacinais estavam em torno de 97%, mas caíram para 75% em 2020, após a pandemia do covid-19. Isso elevou o risco de reintrodução de doenças erradicadas e propiciou a formação de áreas mais suscetíveis, tornando mais difícil o controle. Logo, é preciso discutir medidas para aumentar a cobertura vacinal no Brasil.
Analisar ações eficazes para lidar com o problema e discutir o impacto futuro.
Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, com uso das bases de dados: BVS, Scielo e Medline, além de documentos oficiais da OMS. Como critério de inclusão, foram considerados artigos com informações relevantes ao tema, com os descritores: "Hesitação vacinal", "Recusa de vacinação", "Atraso de vacinas", "Movimentos antivacina" e "Pediatria". Ademais, foram priorizados estudos dos últimos 10 anos, em português, inglês e espanhol, para garantir a atualidade do estudo.
A hesitação vacinal no contexto pediátrico exige uma abordagem multifatorial. Identificou-se que pais com acesso à internet estão mais expostos a conteúdos falsos sobre vacinas, o que aumenta a resistência, mesmo entre pessoas com maior escolaridade. Por outro lado, estratégias como o acolhimento, o diálogo baseado em evidências científicas e campanhas educativas culturalmente adaptadas mostraram bons resultados no enfrentamento da hesitação. A atuação integrada entre profissionais de saúde, escolas e agentes comunitários é apontada como essencial para recuperar a confiança e melhorar as coberturas vacinais infantis.
A hesitação vacinal é um desafio para a saúde pública, sobretudo na pediatria, ao comprometer a proteção coletiva e favorecer o ressurgimento de doenças imunopreveníveis. Superá-la requer políticas públicas assertivas, sustentadas por campanhas informativas baseadas em evidências, comunicação eficaz e empática entre profissionais de saúde e responsáveis e ações intersetoriais que promovam educação em saúde e combatam a desinformação. É fundamental restaurar a confiança populacional nos imunizantes, a fim de garantir a proteção individual e coletiva, sobretudo entre crianças, grupo consideravelmente vulnerável.
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