MARIA JÚLIA ARAGÃO FERNANDES
VITÓRIA DA SILVA FREITAS CAVALCANTE; ANA JÚLIA DE OLIVEIRA BEZERRA FERNANDES; TALES JOABE LIMA DA COSTA; SAMARA RAQUEL SOUSA DE OLIVEIRA; MARIA CECÍLIA GOMES DE FIGUEIREDO; LAURA JANNE LIMA ARAGÃO.
UNIVERSIDADE POTIGUAR (UNP); FACULDADE DE ENFERMAGEM NOVA ESPERANÇA DE MOSSORÓ (FACENE/RN); UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (UERN)
A Dermatite Herpetiforme (DH) é uma doença inflamatória cutânea crônica, intensamente pruriginosa, caracterizada por pequenas vesículas agrupadas e eritematosas, que surgem tipicamente em áreas como cotovelos, joelhos e nádegas. É reconhecida como a principal manifestação extra-intestinal da Doença Celíaca (DC), com a qual compartilha predisposição genética, especialmente a associação com os alelos HLA DQ2 e HLA DQ8. Ambas respondem ao tratamento com dieta isenta de glúten. O diagnóstico precoce é fundamental, uma vez que a DH pode ser confundida com outras dermatites, como a Dermatite Atópica (DA), exigindo investigação clínica criteriosa para definição da conduta adequada.
Relatar um caso de Dermatite Atópica associada à Dermatite Herpetiforme, ressaltando a importância do diagnóstico diferencial.
Relato de caso baseado em dados clínicos, laboratoriais e de acompanhamento ambulatorial da paciente.
L.C., 14 anos, feminina, procedente do Rio Grande do Norte, apresentava eczema pruriginoso em regiões flexoras, feridas em mãos, pés e nádegas, dores abdominais recorrentes e constipação crônica, com piora nos últimos 2 anos. Histórico de tratamento para dermatite atópica sem melhora. Exames mostraram SCORAD 51,4, EDA com esofagite, gastrite e duodenite, biópsia duodenal MARSH 3a e 2, e HLA-DQ8/DQ2 reagente para doença celíaca. Confirmado o diagnóstico de DC associada à dermatite herpetiforme, iniciou dieta sem glúten, hidratação da pele e acompanhamento multidisciplinar. Evoluiu com redução do SCORAD para 15,0 e melhora clínica das manifestações cutâneas e gastrointestinais.
A associação entre Dermatite Herpetiforme e Dermatite Atópica, embora rara, deve ser considerada em pacientes com dermatite de difícil controle e sintomas gastrointestinais persistentes. O reconhecimento precoce dessa relação possibilita o diagnóstico correto da Doença Celíaca e a adoção de medidas terapêuticas, como a dieta sem glúten, que promovem melhora significativa das manifestações cutâneas e intestinais. Assim, o acompanhamento multidisciplinar e a atenção ao quadro clínico integral são fundamentais para a melhora da qualidade de vida do paciente e prevenção de complicações futuras.
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