Álvaro Jorge Trindade Maciel
Bárbara Luiza e Silva Arboés Petronilo; Gabriel Nunes de Assunção; Giovanna Gabrielly da Silva Costa de Souza; João Flor Soares Barbosa Filho; Leonardo Cabral dos Santos; Lorena Costa de Oliveira Cavalcanti; Maria Luiza Gadelha Procópio Maranhão; Marianna Christinna Morais Leal Costa.
Universidade Potiguar - UnP
A diarreia aguda ainda representa um desafio à saúde infantil no Brasil, afetando principalmente crianças de 1 a 4 anos e sobrecarregando hospitais. Apesar de avanços na prevenção e no cuidado básico, a ocorrência segue desigual por região e por época do ano. Fatores climáticos, ambientais e sociais influenciam essa variação, reforçando a importância de estudos que orientem ações preventivas.
Analisar a tendência temporal e os padrões sazonais das internações hospitalares por diarreia aguda em crianças de 1 a 4 anos no Brasil, entre 2010 e 2024, considerando sua distribuição ao longo dos meses e regiões.
Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo e quantitativo, com dados secundários do Sistema de Informações Hospitalares (SIH), do DATASUS. Foram incluídas todas as internações hospitalares por diarreia e gastroenterite (CID-10: A09) em crianças de 1 a 4 anos, no período de 2010 a 2024. Foram analisadas as variáveis mês/ano da internação, Unidade da Federação e número de internações para avaliar a tendência temporal, a distribuição regional e os padrões sazonais ao longo do período estudado.
Entre 2010 e 2014, as internações por diarreia e gastroenterite em crianças de 1 a 4 anos variaram de 48 mil a 66 mil casos anuais. De 2015 a 2019, observou-se redução, iniciando em 33.686 casos em 2015, com flutuações entre 33 mil e 43 mil. Entre 2020 e 2023, houve queda acentuada, com 18.105 casos em 2023, representando redução de 65,34% em relação a 2010. Em 2024, registrou-se aumento de 32,62% frente a 2023, totalizando 30.738 internações. Regionalmente, o Nordeste concentrou 234.704 casos, seguido por Norte (138.822), Sudeste (105.126), Centro-Oeste (43.317) e Sul (39.005), com taxas elevadas no Norte possivelmente ligadas a saneamento precário. Os picos sazonais ocorreram de janeiro (52.991) a março (53.985), com redução gradativa até novembro (44.960), padrão mantido nos 14 anos, exceto em 2020-2021, quando a pandemia atenuou a sazonalidade. Em 2024, o padrão voltou a se repetir, mas com maior número absoluto de internações.
A redução de 65% nas internações entre 2010 e 2023 mostra avanços na prevenção, mas o aumento em 2024 alerta para fragilidades recentes. Em regiões tropicais, surtos tendem a crescer nos meses quentes, exigindo vigilância sazonal, vacinação, saneamento e educação em saúde. As desigualdades regionais expõem iniquidade sanitária e reforçam a necessidade de estratégias específicas, investimentos contínuos e fortalecimento do SUS para proteger as crianças mais vulneráveis.
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