Anny Cristine de Araújo¹
Byanca Rodrigues Carneiro², Lorena Barreto de Medeiros³, Manoel Carlos da Silva Freire³, Ana Paula Cordeiro³, Idivaldo Antônio Micali³, Ricardo Ney Oliveira Cobucci², Antonio Manuel Gouveia de Oliveira³, Viviane Souza do Amaral⁴, Joana Cristina Medeiros Tavares Marques⁵, Karla Danielly da Silva Ribeiro², Adriana Augusto de Rezende¹,⁶.
¹Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPgCSA), Universidade Federal do Rio Grande do Norte. ²Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Saúde da Mulher (PPgCASM), Universidade Federal do Rio Grande do Norte. ³Departamento de Farmácia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. ⁴Departamento de Biologia Celular e Genética, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. ⁵Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. ⁶Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas (DACT), Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
A instabilidade genômica na gestação pode refletir exposições ambientais, nutricionais ou inflamatórias, afetando a divisão celular e o sistema imune materno, com risco de crescimento fetal restrito ou parto prematuro e até doenças crônicas na infância. Biomarcadores como micronúcleos (MN), brotos nucleares (BN), pontes nucleoplásmicas (PNP), apoptose e necrose em linfócitos têm sido utilizados para detectar danos no material genético e alterações na integridade celular.
Investigar a associação entre biomarcadores de instabilidade genômica e citotoxicidade em linfócitos maternos e os desfechos clínicos neonatais em gestantes com pré-eclâmpsia grave.
Este estudo consiste em uma análise transversal derivada de um ensaio clínico randomizado, duplo-cego, realizado com 30 gestantes com diagnóstico de pré-eclâmpsia grave, internadas na Maternidade Escola Januário Cicco-UFRN-EBSERH. O protocolo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (nº 6.985.999) e registrado na plataforma ReBEC (RBR-99h2qmf). De cada gestante, foram coletados 4 mL de sangue heparinizado para realização do teste de micronúcleo com bloqueio de citocinese (CBMN). Linfócitos periféricos foram cultivados em meio com fitohemaglutinina-L e incubados em estufa com controle de CO₂ e temperatura. A citocalasina B foi adicionada para bloqueio da citocinese, permitindo a contagem de micronúcleos em células binucleadas. A instabilidade genômica foi avaliada por meio da frequência de MN, BN, PNP, apoptose e necrose em linfócitos. Essas variáveis foram classificadas em quartis de frequência (Q1 a Q4). A associação entre os quartis e a presença ou ausência de desfechos neonatais (hipoglicemia, desconforto respiratório e prematuridade) foi analisada por meio do teste exato de Fisher. As análises foram conduzidas no software SPSS.
As médias observadas foram de 1,43 (0,68) para MN, 1,21 (0,93) para BN, 1,33 (1,35) para PNP, 4,58 (2,75) para apoptose e 3,59 (2,33) para necrose. Frequências mais baixas de PNP foram associadas a uma menor ocorrência de hipoglicemia neonatal (p = 0,042), desconforto respiratório (p = 0,048) e prematuridade (p = 0,035). Da mesma forma, menores frequências de MN foram associadas à ausência de hipoglicemia neonatal (p = 0,048) e nascimento a termo (p = 0,045). Não foram observadas associações significativas com BN, apoptose ou necrose.
Estes resultados são preliminares e indicam que níveis mais baixos de instabilidade genômica, especialmente de MN e PNP em linfócitos maternos, podem estar associados a melhores desfechos neonatais em gestantes com pré-eclâmpsia grave. Portanto, sugere-se que esses biomarcadores mostram potencial para monitoramento da saúde durante o período gestacional.
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