Nathan Portela de Oliveira
Camila Braga de A. Medeiros, Gislayne da S. Oliveira, Nathan P. de Oliveira, Rafaella D. Souto, Natália A. Brito, André Lucas de J Santos, Rodolfo Henrique da S. Marinheiro, Marina Bezerra A. Targino e Regina Célia F. R. Campelo
Universidade Federal Rural do Semi-Árido
A malformação arteriovenosa cerebral (MAV) é uma condição vascular rara, caracterizada por uma conexão anômala entre artérias e veias no cérebro, formando um emaranhado de vasos sanguíneos que permite que o sangue flua das artérias para as veias, o que pode sobrecarregar o sistema venoso e levar à ruptura dos vasos. Essas malformações podem se desenvolver de forma assintomática ou, em casos mais graves, causar complicações significativas, como hemorragias intracranianas, convulsões e déficits neurológicos. A MAV cerebral ocorre em uma fração muito pequena da população, sendo mais diagnosticada em pacientes jovens. O diagnóstico é realizado por meio de exames de imagem, sendo a ressonância magnética e angiografia cerebral os exames de escolha.
Paciente, sexo masculino, 13 anos, sem comorbidades prévias, apresentou episódio de hemiparesia esquerda, durante momento de lazer com os amigos, sendo levado ao pronto-socorro, onde foi encaminhado para realizar exame de neuroimagem. Em tomografia de crânio observou pequenos focos hemorrágicos e achados compatíveis com MAV. Avaliado pela equipe de neurocirurgia, optou-se por tratamento conservador. Durante o primeiro dia de internação hospitalar, paciente apresentou redução importante do nível de consciência e pupilas midriáticas, submetido à intubação orotraqueal e novo exame de imagem, que identificou aumento da lesão hemorrágica no parênquima cerebral, necessitando de abordagem cirúrgica.
A MAV pode se manifestar de maneiras distintas como cefaléia, vertigem, epilepsia, déficits neurológicos focais e redução do nível de consciência, assim como no caso descrito. O planejamento de cuidado do paciente com MAV é multifatorial, e vai depender da clínica, características da lesão e localização, além de acompanhamento com neurocirurgião. A abordagem pode incluir opções como cirurgia aberta, embolização endovascular ou radiocirurgia, sendo a escolha do tratamento a depender das características da malformação. Dessa forma, o caso descrito explicita a importância da observação dos pacientes com MAV com sintomatologia aguda, devido ao risco de evolução grave e desfavorável.
Devido a gravidade das MAVs, necessita de acompanhamento rigoroso, com abordagem terapêutica personalizada, levando em consideração a condição clínica do paciente, o risco de hemorragia e a localização da MAV. O tratamento cirúrgico emergente foi necessário devido à expansão do hematoma e piora clínica, o que ressalta a importância da vigilância intensiva nesses casos com potencial hemorrágico significativo.
Agradecemos aos patrocinadores que tornam este evento possível. Juntos, estamos fazendo a diferença!
Nenhum patrocinador nesta categoria