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Acidose metabólica grave - um caso de diarreia aguda?

Autor Principal

Camila Braga de Avila Medeiros

Autores

Gislayne da S. Oliveira, Nathan P. de Oliveira, Rafaella D. Souto, Natália A. Brito, André Lucas de J. Santos, Thayná Yasmin de S. Andrade, Jônata M. de Queiroz, Marina Bezerra A. Targino, Bárbara Candice F. de Vasconcelos Pires

Instituições

Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Introdução

A acidose metabólica se dá pelo aumento na concentração de íons hidrogênio (H+) no sangue, seja por aumento na produção ou diminuição da excreção de H+, ou diminuição da concentração de bicarbonato sérico (HCO3). Pode ser classificada como aguda ou crônica e de etiologia ampla. Divide-se em ânion gap (AG) aumentado, acidose mista, ou ânion gap normal (hiperclorêmica), e este por sua vez, possui como principais etiologias: perdas gastrointestinais e acidose tubular renal.

Métodos

Lactente, 44 dias, à termo, sem intercorrência no parto e sem resultado de triagem neonatal, deu entrada em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) com hipoatividade, desconforto respiratório e episódios diarreicos após oferta de leite de vaca azedo. Foi feito expansão inicial e exames admissionais, os quais evidenciaram acidose metabólica grave (Ph 6,9; HCO2 3,5), com hipernatremia. Após 5 dias evoluiu com melhora, recebendo alta com boa aceitação de fórmula infantil de partida e recuperação de peso. Passados 12 dias, o paciente retornou à UTIP apresentando novo episódio de desconforto respiratório, necessitando de suporte ventilatório, desidratação grave e em uso de adrenalina por choque séptico/hipovolêmico. Genitora referiu apenas sintomas gripais em casa. Nos exames nova acidose metabólica grave (Ph 6,85; HCO2 2,5), sepse e DHE, necessitando uso de VNI, hidratação, reposições diárias de eletrólitos e antibioticoterapia. Novamente evoluiu bem e foi transferido para local de maior suporte para investigação de tubulopatia com nefrologista.

Resultados

A maioria dos casos pediátricos de acidose metabólica com AG normal são por perdas de HCO3 do trato gastrointestinal, muitas vezes ocasionado por quadro base de diarreia, muito compatível com o do paciente, pelo erro alimentar descrito: oferta de leite de gado azedo. Entretanto, a recorrência da acidose grave à UTI, mas, na segunda vez, usando fórmula infantil correta e sem achados que levassem a pensar em outra etiologia, abre um alerta para os diagnósticos diferenciais, como as tubulopatias. Além disso, é sabido que os RNs e lactentes, são mais vulneráveis ao desenvolvimento de acidose metabólica, pela sua menor capacidade renal para excreção de H+.

Conclusão

Portanto, mesmo com ajuste do erro alimentar e, consequentemente, melhora da diarreia, a recorrência do quadro de acidose metabólica grave em um lactente de 1 mês de vida, deve-se levar a pensar e investigar outras causas de diagnóstico diferenciais. Ademais, devido à maior vulnerabilidade desses pacientes, os médicos da porta de entrada, devem ficar mais atentos a casos que podem evoluir mais rápido com quadro de acidose metabólica grave.

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