Nathalya Gabryelle Cavalcanti Pessoa
UnP - Universidade Potiguar
O sono de qualidade é fundamental nos primeiros anos de vida, está relacionado diretamente o desenvolvimento neurológico, imunológico e comportamental da criança. No entanto, o uso precoce de dispositivos eletrônicos tem se tornado frequente e pode interferir negativamente na higiene do sono. A exposição à luz azul das telas, sobretudo antes de dormir, está relacionada à redução da produção de melatonina, maior latência para adormecer e sono fragmentado.
Analisar a literatura científica sobre a influência do uso de telas na higiene do sono de crianças de 0 a 2 anos, com foco em achados aplicáveis ao contexto.
Diante a análise, foram selecionados artigos publicados entre 2019 e 2025, nos idiomas português, inglês e espanhol, utilizando as bases de dados PubMed, SciELO, BVS/LILACS, PsycINFO e Scopus. Os descritores utilizados foram: “screen time”, “infant sleep”, “sleep hygiene”, “digital media” e “child development”, combinados com o operador booleano AND. Foram incluídos estudos que abordavam crianças de 0 a 2 anos e que tratassem diretamente da relação entre o uso de telas e o sono infantil. Estudos fora da faixa etária, relatos de caso ou sem acesso completo foram excluídos.
Os estudos analisados mostraram que o uso de telas nessa faixa etária está associado a prejuízos significativos na qualidade e na duração do sono, como atraso para dormir, despertares noturnos frequentes e sono conturbado. Essas alterações no padrão de sono impactam diretamente o desenvolvimento neuropsicomotor, especialmente nos dois primeiros anos de vida, período em que ocorrem aquisições fundamentais como a linguagem, a atenção, a memória e o controle emocional. A privação ou fragmentação do sono foi relacionada a maior irritabilidade, menor capacidade de concentração, atraso no início da fala e dificuldades de socialização. Além disso, crianças que dormem menos por conta do uso de telas tendem a apresentar dificuldades de aprendizagem e comportamentos desorganizados nos anos iniciais da educação infantil. Estudos também atribui que o uso de telas à noite inibe a produção de melatonina, interfere na consolidação da memória e reduz o tempo total de sono, afetando o sistema imunológico.
A exposição precoce a telas impacta negativamente a higiene do sono em crianças de 0 a 2 anos, interferindo tanto na quantidade quanto na qualidade do sono. A atenção primária à saúde tem papel estratégico na orientação precoce às famílias, incentivando práticas saudáveis de sono e limitando o uso de telas na primeira infância.
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