Nathalya Gabryelle Cavalcanti Pessoa
Cynthia Maria Silva de Oliveira Duyane Láisa de Oliveira Queiroz Márcia Lourenço Silva de Lima
UnP - Universidade Potiguar
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento marcado por dificuldades na comunicação social e comportamentos repetitivos. A detecção precoce é essencial para intervenções mais eficazes. A atenção primária à saúde tem papel estratégico nesse rastreamento, especialmente durante consultas de puericultura, mas enfrenta desafios como subnotificação, falta de capacitação e ausência de protocolos padronizados.
Analisar a eficácia e os principais desafios do rastreamento precoce dos sinais de TEA em crianças de 0 a 36 meses acompanhadas na atenção primária à saúde.
Foi conduzida uma revisão narrativa da literatura com o intuito de identificar e compreender as principais estratégias relacionadas ao tema. As buscas foram realizadas nas bases PubMed, SciELO e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando os descritores “transtorno do espectro autista”, “atenção primária à saúde”, “diagnóstico precoce” e “crianças”, combinados com o operador booleano AND. Foram incluídos estudos publicados entre 2015 e 2024, nos idiomas português e inglês, disponíveis na íntegra, que abordassem estratégias, instrumentos e experiências voltadas à identificação precoce de sinais do Transtorno do Espectro Autista (TEA) na atenção primária à saúde, com foco em crianças de até 3 anos. Ao final, cinco artigos atenderam aos critérios de elegibilidade e foram incluídos na análise.
A literatura evidencia que o rastreamento precoce do TEA na atenção primária ainda é incipiente e subutilizado em muitos contextos. Ferramentas padronizadas, como o M-CHAT-R/F, têm boa aplicabilidade quando utilizadas corretamente, mas sua adoção é irregular entre os serviços. A falta de capacitação dos profissionais de saúde, especialmente médicos generalistas e enfermeiros, é um dos principais entraves para o reconhecimento adequado dos sinais clínicos na atenção primária. Além disso, muitos sinais iniciais do TEA, como ausência de contato visual, falta de resposta ao nome e atraso na linguagem, podem ser confundidos com variações do desenvolvimento típico, o que retarda o encaminhamento especializado.
O rastreamento precoce de sinais de TEA na atenção primária é uma estratégia viável e essencial, mas ainda encontra barreiras estruturais e formativas para sua efetivação. A implementação de protocolos padronizados e o treinamento sistemático das equipes de saúde são fundamentais para garantir diagnósticos precoces e, consequentemente, intervenções mais efetivas. A atenção primária deve ser fortalecida como porta de entrada qualificada para o cuidado integral da criança com risco para TEA.
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