Rodolfo H. da S. Marinheiro
Isabela P. Honório Marina B. A. Targino Antonia Ingrid de O. Leandro Márcio B. Fontes Bruna H. Ogata Yaly R. C. Bastos Regina Célia F. R. Campelo Camila B. de A. Medeiros Thayná Yasmim de S. Andrade Rebecca Maria N. de Sousa Ariadne G. Farias
UFERSA
A pneumonia adquirida na comunidade (PAC) é a principal infecção respiratória aguda da infância que acomete o parênquima pulmonar. As infecções responsáveis por maior gravidade e mortalidade são as bacterianas, com maior probabilidade de complicações, pode haver inflamação e necrose do tecido pulmonar, gerando obstrução de algumas áreas e mantendo um fluxo unidirecional. Gradualmente, umas dessas áreas distende-se, formando a pneumatocele. Esta é um cisto sem revestimento epitelial, preenchido com ar, que pode involuir espontaneamente sem comprometimento da função pulmonar. Contudo, em casos de ruptura pode causar pneumotórax extenso, com colabamento pulmonar e graves repercussões clínicas.
Lactente, 8 meses, iniciou quadro de tosse e coriza, sendo tratado com antibioticoterapia. Evoluiu com piora do quadro, com início de desconforto respiratório e febre. Buscou serviço de urgência, recebeu antibioticoterapia venosa, persistindo quadro de mal estar, dispneia e cianose de extremidades. Foi optado pela troca de antibiótico porém permaneceu com estado geral comprometido, associado ao desconforto respiratório, sendo encaminhado ao hospital secundário. Na admissão, apresentava sinais de desconforto respiratório e ausculta pulmonar com murmúrio reduzido em hemitórax direito. Após investigação, radiografia de tórax evidenciou derrame peri hilar grosseiro e pneumotórax extenso, e exames laboratoriais evidenciaram aumento de leucócitos e PCR. Foi realizada toracotomia com drenagem pleural à direita, com grande quantidade de ar e pequena quantidade de líquido citrino. Manteve-se antibioticoterapia endovenosa de amplo espectro. Posteriormente, paciente evoluiu com melhora clínica, remissão de sinais de desconforto e resolução de hipoxemia, recebendo alta hospitalar após 9 dias de antibiótico.
As pneumatoceles são complicações pulmonares que podem ocorrer em pneumonias bacterianas graves. A evolução clínica do paciente, com deterioração progressiva mesmo após introdução de antibioticoterapia inicial, sugere resistência ou baixa resposta ao esquema empírico, exigindo reavaliação terapêutica e escalonamento. A toracotomia com drenagem torácica precoce é essencial para estabilização ventilatória e reversão do quadro de hipoxemia.
A pneumonia em lactentes pode evoluir com complicações graves como pneumatocele. O caso reforça a importância da vigilância clínica em quadros de PAC grave, com atenção para sinais de complicação. Apesar da gravidade do caso, a evolução favorável do paciente após intervenção adequada, reforça a importância de um manejo rápido, escalonado e multidisciplinar.
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