Isabela Piazza Honório
Marina Bezerra Alves Targino Bruna Harumi Ogata Yaly Rebouças Carneiro Bastos Regina Célia Fernandes Rufino Campelo Paulo Alfredo Simonetti Gomes Antonia Ingrid de Oliveira Leandro Márcio Barros Fontes Rodolfo Henrique da Silva Marinheiro Camila Braga de Avila Thayná Yasmim de Souza Andrade Rebecca Maria Nogueira de Sousa Ariadne Gomes Farias
UFERSA
A malformação adenomatóide cística pulmonar (MACP), conhecida como malformação congênita das vias aéreas pulmonares, é uma rara anomalia do desenvolvimento do trato respiratório inferior caracterizada por ausência de alvéolos normais, excessiva proliferação de revestimento do epitélio. Geralmente essa condição é diagnosticada ainda durante o pré-natal, através de ultrassonografia. Ademais, apesar do diagnóstico ocorrer durante esse período ou neonatal, pode ser tardio em crianças e adultos durante um processo infeccioso.
Escolar, 4 anos, apresentou quadro de sintomas gripais, febre intermitente e inapetência por 5 dias. Foi atendido em unidade de pronto-atendimento de sua cidade, em que foi prescrito antibioticoterapia via oral. Sem melhora clínica, foi atendido novamente após término da medicação, escalonado antibiótico e solicitado radiografia de tórax, a qual evidenciou condensado em termo médio de hemitórax esquerdo (HTE) com nível hidroaéreo. Assim, foi encaminhado para enfermaria pediátrica para tratamento de suposto abscesso pulmonar. Na admissão, solicitou-se tomografia de tórax e parecer da cirurgia geral pediátrica, que sugeriu imagem característica de malformação adenomatoide cística infectada, cuja conduta propôs tratamento conservador com antibiótico por 28 dias e posterior abordagem programada de maneira ambulatorial. Após início de antibioticoterapia endovenosa, paciente apresentou melhora do estado geral e, terminados 28 dias de tratamento, houve melhora considerável do nível hidroaéreo e da condensação associada.
A malformação adenomatoide cística é, apesar de rara, a lesão pulmonar congênita mais comum, geralmente apresentando desconforto respiratório ou sendo até mesmo assintomática. Quando diagnosticada apenas na infância, é comumente associada à pneumonias recorrentes, tosse, dispneia e/ou cianose, como no caso descrito. Nesse sentido, o tratamento definitivo é cirúrgico, a fim de eliminar riscos de infecções recorrentes e potencial de transformação maligna
Apesar da apresentação de tal enfermidade ser comum no período neonatal, há uma parcela de escolares que podem se apresentar assintomáticos, o que pode subestimar a ocorrência de MACP. Portanto, podemos considerar um diagnóstico de exclusão auxiliado por exames de imagem. Nesse ínterim, se faz necessário condutas para excluir outras patologias clínicas semelhantes, com a finalidade de promover diagnóstico precoce, especialmente em assintomáticos, e conduzir a terapêutica adequada
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