Anny Elise Bezerra da Silva
Ellen Mariane Lima Santos Gabriella Queiroz Ferreira Izabel Christina de Alencar Regis José Carlos da Silveira Pereira Renata Ferreira Cabral
FACENE/RN
A vacinação infantil é essencial para prevenir doenças e reduzir a mortalidade infantil nos primeiros anos de vida, fase de maior vulnerabilidade a infecções. No Brasil, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) oferece um calendário vacinal amplo, que contribuiu para o controle e eliminação de doenças imunopreveníveis. Nos últimos anos, observou-se queda nas coberturas vacinais, agravada pela pandemia de COVID-19. No Rio Grande do Norte (RN), essa redução também ocorreu, com índices abaixo das metas do Ministério da Saúde, sobretudo em menores de cinco anos. Portanto, é necessário analisar a evolução da cobertura vacinal e sua relação com o reaparecimento de doenças como sarampo e coqueluche.
Avaliar a evolução da cobertura vacinal em crianças menores de 5 anos no RN, identificando períodos de queda e relacionando-os à ocorrência de surtos de doenças imunopreveníveis no período analisado.
Estudo descritivo, retrospectivo, com abordagem de séries temporais. Os dados foram extraídos do SI-PNI/DATASUS e SINAN, referentes ao período de 2016 a 2022. Analisaram-se as coberturas anuais das vacinas pentavalente, poliomielite e tríplice viral, além dos casos confirmados de sarampo e coqueluche em crianças menores de 5 anos no estado do RN. As informações foram dispostas em tabelas e gráficos comparativos.
De 2016 a 2022, notou-se uma tendência de queda nas coberturas vacinais das vacinas tríplice viral D1, pentavalente D3 e poliomielite D3. De 2016 a 2018, os índices estavam acima de 88%, próximos às metas estabelecidas. A partir de 2019, caíram gradualmente, atingindo o ponto mais baixo em 2020, coincidindo com a pandemia, com a pentavalente abaixo de 70%. Paralelamente, houve aumento dos casos de coqueluche entre 2018 e 2020, e reemergência do sarampo entre 2019 e 2022, períodos com baixa cobertura. Embora não tenham sido registrados casos de poliomielite, a cobertura manteve-se abaixo de 90%, representando risco de reintrodução. Em 2022, notou-se discreta elevação, sugerindo possível recuperação pós-pandemia, mas ainda insuficiente para garantir proteção coletiva ideal.
O estudo revelou uma tendência de declínio nas coberturas vacinais, paralela à reemergência de doenças como sarampo e coqueluche. A baixa adesão à vacinação infantil resulta de fatores estruturais (dificuldades de acesso e falha no calendário) e comportamentais (hesitação vacinal, desinformação e menor percepção de risco), agravados pela pandemia. Diante disso, a atuação dos agentes comunitários de saúde, campanhas de imunização e o fortalecimento das ações do PNI são fundamentais para proteger a infância e evitar o retorno de doenças preveníveis.
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