Gabriella Queiroz Ferreira
Anny Elise Bezerra da Silva Ellen Mariane Lima Santos Hênio Mateus Holanda Castro Rêgo Izabel Christina Alencar Regis José Carlos da Silveira Pereira Luiz Felipe Vintura Rocha Renata Ferreira Cabral Victória Lorrany Sousa Lima
FACENE/RN
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, de notificação compulsória, que persiste como um problema de saúde pública no Brasil. A ocorrência de casos em menores de 15 anos é um marcador epidemiológico importante, por evidenciar a continuidade da transmissão da doença. No Rio Grande do Norte (RN), o monitoramento de indicadores como a taxa de detecção e do perfil etário dos casos impulsiona a avaliar a eficácia das ações de vigilância e controle.
Analisar a tendência da taxa de detecção de hanseníase em menores de 15 anos no RN entre 2009 e 2023 e descrever o perfil etário dos casos novos notificados.
Estudo descritivo com análise de série temporal da taxa de detecção de hanseníase em menores de 15 anos no RN, utilizando dados secundários entre 2009 e 2023. Também foi realizada a distribuição dos casos novos por faixa etária em um período acumulado. A análise foi baseada em gráficos de linha e curva, com categorização dos níveis de endemicidade segundo parâmetros do Ministério da Saúde.
Foram identificados 2.191 casos novos de hanseníase, do quais em menores de 15 anos somou 114 registros (5,2% do total), sinalizando transmissão ativa e recente da doença na comunidade, com destaque para a faixa de 10 a 14 anos (72 casos). A presença de casos em crianças menores de 5 anos (n=9) reforça a hipótese de contágio intradomiciliar precoce. Na análise temporal da taxa de detecção em menores de 15 anos por 100 mil habitantes, observou-se tendência de queda no estado do Rio Grande do Norte, que passou de 2,01 (2009) para 1,36 (2023). Houve oscilação em anos pontuais, com pico em 2015 (4,16), possivelmente relacionado a intensificação da busca ativa ou surto localizado. A partir de 2016, o estado manteve-se consistentemente no nível de endemicidade baixo (<2/100 mil), segundo classificação do Ministério da Saúde. Em comparação, a média nacional caiu de 5,43 (2009) para 2,18 (2023), permanecendo no nível de endemicidade médio. Esses dados evidenciam que, embora o RN tenha apresentado desempenho superior ao nacional no controle da hanseníase infantil nos últimos anos, a persistência de casos em menores de 15 anos indica cadeia de transmissão ativa e necessidade de intensificação das estratégias de vigilância epidemiológica, diagnóstico precoce e rastreamento de contatos.
Apesar da queda na detecção em menores de 15 anos, a hanseníase segue com transmissão ativa no RN, com casos em faixas etárias jovens. O aumento de casos com a idade destaca a importância do diagnóstico precoce e do rastreamento para interromper a transmissão.
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