Hannah Beatriz Cipriano Germano Costa
Ana Letícya Marques de Souza Sena Miranda, Hannah Beatriz Cipriano Germano Costa.
Universidade Potiguar
O aleitamento materno é amplamente reconhecido por promover benefícios substanciais ao binômio mãe-bebê, sendo recomendado de forma exclusiva até os seis meses de idade e de maneira complementar até, pelo menos, os dois anos. O leite materno é um alimento natural e completo, contendo componentes imunológicos como linfócitos e imunoglobulinas, que desempenham papel fundamental no fortalecimento do sistema imunológico do lactente, contribuindo para a proteção contra infecções.
Analisar, à luz da literatura científica, a associação entre o aleitamento materno e a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) na infância, considerando os impactos da ausência ou interrupção precoce da amamentação.
Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, com buscas nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e PubMed, referentes ao período de 2015 a 2025. Foram incluídos estudos completos, em português e inglês, classificados como ensaios clínicos, estudos observacionais, revisões, diretrizes e meta-análises. Utilizou-se a combinação dos descritores “Breast Feeding AND Disease Prevention AND Chronic Disease AND Child”. Após aplicação dos critérios de elegibilidade, foram selecionados 10 artigos.
Os estudos abordaram desfechos como asma, dermatite atópica, cáries dentárias, obesidade, doença celíaca, leucemia e doenças cardiovasculares. No caso da asma, os resultados foram divergentes: parte deles apontou um efeito protetor do aleitamento materno exclusivo, enquanto outros não identificaram associação significativa. Em relação à dermatite atópica, alguns autores destacaram o papel dos oligossacarídeos do leite humano no equilíbrio da microbiota intestinal e regulação imune, embora outros considerem os dados inconclusivos. Quanto às cáries dentárias, a amamentação até os 12 meses demonstrou efeito protetor; no entanto, sua continuidade após esse período foi associada ao aumento do risco. Para as demais DCNT, os achados foram escassos ou contraditórios. As divergências decorrem, em parte, da ausência de padronização metodológica, da variabilidade sociocultural das populações avaliadas e da limitação ética de realização de ensaios clínicos randomizados sobre amamentação.
Com base na literatura analisada, observou-se que ainda não há consenso definitivo quanto à relação do aleitamento materno e a prevenção de DCNT na infância. Dessa forma, torna-se necessário o desenvolvimento de estudos mais robustos, que considerem fatores sociais, econômicos e biológicos, a fim de aprofundar a compreensão sobre essa possível relação causal.
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