Camila Neres Pimenta Siminea de Sousa
Deyla Moura Ramos Karina Campelo Miranda Barroso Anna Beatriz Silva de Oliveira Letícia Alves de Oliveira Maria Clara Sarmento
Universidade Potiguar
A transmissão vertical do HIV — durante a gestação, o parto ou a amamentação — representa a principal via de infecção em crianças no Brasil, sendo responsável por mais de 86 % dos casos em menores de 13 anos. Sem intervenções, o risco de infecção gira em torno de 30 %, mas com o uso adequado de antirretrovirais, realização do parto por cesariana e a substituição do aleitamento materno, esse número pode ser reduzido para menos de 1 %. A partir do estudo ACTG-076, de 1994, que comprovou a eficácia da zidovudina (AZT), o Brasil instituiu políticas públicas de prevenção que resultaram em reduções significativas da transmissão.
analisar os desafios e as perspectivas da nova política brasileira de saúde materno-infantil frente à transmissão vertical do HIV, com base em dados epidemiológicos atualizados e literatura científica nacional.
Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, com levantamento de estudos científicos publicados entre 1994 e 2025 nas bases de dados SciELO, LILACS. Foram incluídos estudos de coorte, análises transversais e documentos oficiais do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) relacionados à prevenção da transmissão vertical do HIV no Brasil.
Mediante os 5 artigos selecionados, a implementação de medidas como testagem no pré-natal, início precoce da Terapia Antirretroviral (TARV), parto cesáreo e suspensão da amamentação resultou na redução expressiva da transmissão vertical do HIV. Em municípios como Santos e Campos dos Goytacazes, as taxas caíram para menos de 5 % após a adoção das intervenções. No entanto, persistem desigualdades regionais. Em Rio Branco, por exemplo, estudo apontou taxa de 6,6 % entre 2007 e 2015, associada a falhas na cobertura de TARV e na adesão ao esquema de prevenção durante o parto e puerpério. Em 2023, o Brasil apresentou média nacional inferior a 2 %, índice que permitiu ao país solicitar certificação de eliminação da transmissão vertical junto à OPAS.
Apesar dos avanços alcançados, especialmente com a consolidação de políticas públicas de prevenção, o Brasil ainda precisa superar desigualdades no acesso aos serviços de saúde para garantir a eliminação da transmissão vertical do HIV. Investimentos em educação em saúde, capacitação profissional e ampliação da cobertura da atenção pré-natal são essenciais para consolidar os resultados e assegurar equidade no enfrentamento da epidemia.
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