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CORREÇÃO CIRÚRGICA DE PSEUDODIVERTÍCULO FARINGOESOFÁGICO POR ABORDAGEM CERVICAL EXTERNA: RELATO DE CASO

Autor Principal

Isabelle da Fonseca Soares Rodrigues

Autores

Orientador: dr. Fernando Freire Lisboa

Instituições

Introdução

O Divertículo de Zenker (DZ) constitui um pseudodivertículo de pulsão, caracterizado pela herniação da túnica mucosa e submucosa através do hiato de Killian, uma área de menor resistência muscular interposta entre as fibras oblíquas do músculo tireofaríngeo e as fibras transversais do músculo cricofaríngeo (componentes do músculo constritor inferior da faringe). A fisiopatogenia é primordialmente atribuída à incoordenação da motilidade e à falha no relaxamento do esfíncter esofágico superior (EES), culminando em hiperpressão intraluminal e protrusão sacular progressiva. A incidência é ínfima (prevalência de 0,01\% a 0,11\%), afetando predominantemente o gênero masculino na oitava e nona décadas de vida. O espectro sintomático abrange disfagia alta, regurgitação de material alimentar não digerido, halitose e tosse produtiva, com risco inerente de pneumonia aspirativa. Embora as abordagens minimamente invasivas (endoscopia rígida ou flexível) sejam o vetor terapêutico contemporâneo, a diverticulectomia transcervical permanece como indicação formal em casos de insucesso da terapêutica endoscópica primária

Métodos

Homem de 85 anos apresentou disfagia progressiva há 18 meses, associada a sialorreia, halitose, perda ponderal de 10 kg em seis meses e síncope faríngea. O esofagograma baritado confirmou o divertículo. Duas tentativas de esofagodiverticulostomia endoscópica foram infrutíferas. Optou-se então por diverticulectomia com miotomia cricofaríngea por via transcervical, realizada sob anestesia geral, com identificação e preservação do nervo laríngeo recorrente, dissecção do sulco esofágico e ressecção com grampeamento, auxiliada por endoscopia intraoperatória.

Resultados

O procedimento apresentou êxito técnico e resolutivo, com integridade confirmada por esofagoscopia. A literatura evidencia que a abordagem cervical aberta, apesar de maior morbidade potencial (paralisia do nervo recorrente, fístula), apresenta taxa de sucesso clínico elevada (≈90–95%) e menor taxa de falha global (4,2%) comparada à endoscopia (18,4%).

Conclusão

A diverticulectomia transcervical com miotomia cricofaríngea constitui um método de resgate seguro e eficaz em casos de falha endoscópica, oferecendo maior probabilidade de resolução sintomática completa a longo prazo, devendo ser considerada em centros com experiência em cirurgia cervical.

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