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Infecção humana por NHPHs: panorama clínico e diagnóstico

Autor Principal

Stephanie Mafra Monte

Autores

Bernardo Schlottfeldt Maia de Vasconcelos Eloísa de Figueiredo Stabile

Instituições

Universidade Potiguar

Introdução

As NHPHs (Non-Helicobacter pylori Helicobacter species) são bactérias do gênero Helicobacter, que diferenciam-se da H. pylori, sendo a maioria delas descritas como zoonóticas, por sua transmissão através de contato direto ou indireto com cães, gatos e porcos¹. As NHPHs possuem uma taxa de coinfecção de 6,5% com a H. pylori, além de apresentarem prevalência isolada em pacientes com queixas dispépticas de 1 a 6%, valor que possivelmente está subestimado pela ausência de métodos diagnósticos adequados².

Métodos

Revisão de literatura de relatos de caso e revisões bibliográficas, considerando artigos publicados no Pubmed dos anos 2020 a 2025. A partir dos descritores “Helicobacter Heilmannii” e “NHPHs”, foram selecionados 9 dos 24 artigos encontrados, com seleção em duas fases: triagem de títulos e resumos, e posterior leitura dos textos completos.

Resultados

apresentação clínica das infecções por NHPHs tipicamente cursa com sintomas dispépticos e gastrite crônica, normalmente acometendo o antro³. Na endoscopia estão presentes rachaduras em mucosa, eritema, aparência de gastrite nodular e áreas hipocoradas⁵. O envolvimento desses agentes etiológicos deve ser uma hipótese considerada em pacientes com dispepsia ou gastrite erosiva e que possuam contato com animais, especialmente cães e gatos³.Tal infecção está também relacionada com úlceras gástricas, câncer gástrico e maior risco de desenvolvimento de linfoma MALT do que a H. pylori, sendo muitas vezes a erradicação das bactérias descritas como cura para o linfoma¹,³. Diferentemente da H. pylori, o diagnóstico dos demais Helicobacters é dificultado pela não existência de testes diagnósticos específicos não invasivos⁵. A análise patológica, embora eficaz, é dificultada pela distribuição irregular das NHPHs². Já o teste da urease (TRU), apesar de utilizado, possui baixa sensibilidade e é limitado pela menor produção de urease pelas NHPHs³. Apesar das diferenças clínicas relevantes entre as infecções, a eficácia terapêutica mostrada com tratamento para H. pylori (amoxicilina + claritromicina + protetor gástrico) não difere dos demais Helicobacters²,³,⁴.

Conclusão

As infecções por NHPHs ainda são subdiagnosticadas e muitas vezes ignoradas, fato corroborado pela escassez de artigos nacionais sobre o assunto, apesar de sua sintomatologia e evolução para complicações importantes. Além disso, a grande eficácia alcançada ao utilizar o mesmo esquema terapêutico que a H. pylori, mostrou ser um possível fator que desincentiva o investimento e pesquisa de infecção específica por NHPHs. Assim, é importante abranger o raciocínio clínico para suspeitar dessa patologia em queixas dispépticas, bem como maior investimento em exames diagnósticos não invasivos e protocolos terapêuticos bem definidos.

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